sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Liberdade de Expressão!


Eu gostaria de falar sobre algo curioso. A expressão. Costumo falar muito de expressões, a forma como falamos, eu não sou nem um professor de filosofia, nem tão pouco um estudante dedicado, a única coisa que falo é o que vejo e estou ciente de que todos nós somos em grande parte cegos, não vemos quase nada, ou vemos só o que queremos. Mas tendo esta ciência, eu devo por obrigação ir contra a mim mesmo, para não entrar em contradição e ser sempre a mesma coisa, mas ainda há um pouco de mim até na caminhada de revolta contra o "eu".
Bem, muitas vezes nós queremos nos expressar, muitas vezes nós queremos dizer alguma coisa, porém muitas vezes não dizemos exatamente o que queríamos dizer, isso nos coloca como alguém que não somos diante das pessoas. Sabemos que quando falamos uma coisa, a pessoa que escuta interpreta de uma certa forma, mas ela interpreta da forma que ela quer interpretar, da forma como fica mais fácil pra ela, se ela não entender é porque ela não está acompanhando o raciocínio e formulando corretamente as idéias. Se falamos algo errado, não fica entendido da forma correta e se deixamos passar batido é porque o assunto não nos interessa.
Nem sempre falamos com palavras, as vezes o que dizemos não sai da boca e sim das atitudes, se desejamos falar e não falamos, de outra forma agimos pra dizer, até o silêncio é uma forma de dizer alguma coisa.
O mais complicado nas relações sociais, é que as pessoas muitas vezes não falam pela boca, talvez, eu diria, na maioria das vezes. Não dizem e sim agem, as ações mudas indicam o contrário do que costumam dizer, isso gera uma contradição e faz com que a sociedade se torne um tipo de sociedade sínica. A falsidade do coração das pessoas chega a me comover de tal forma que me deixa aflito, afim de gritar, mas sem voz eu não posso conseguir fazer nada. Não sou ninguém e gritos não servem pra expor uma verdade, apenas mostra um desespero.
Há pessoas que falam de várias formas, umas falam através de músicas, outras através de poesias, mas essas eu classifico como pessoas especiais na sociedade, pois vêem a necessidade disso e o fazem. Mas a maioria das pessoas dizem através das "palavras mudas", não é uma repetição, é uma nova análise, um pouco mais complexa pra mim, vejo meio embaçado, mas estou tentando vê-la. Vejo as pessoas dizendo do que gostam e do que não gostam dizendo de uma maneira pouco convincente, muitos humoristas costumam criar piadas com estas coisas, sátiras muito cômicas que são feitas exatamente por ver essas ações, há muito disso na relação de classes sociais, moda e estética e outros fins.
Cada pessoa se expressa da sua forma, ou melhor, da forma que aprendeu e achou mais conveniente. A palavra muda que me comove, mas me faz desejar entender mais sobre a pessoa, é a "real fala muda", quero dizer, aquela que a pessoa não fala realmente nada, nem mesmo o contrário do que ela no fundo gostaria de dizer, ela não é falsa e sim "muda", oculta dentro de si tudo o que sente, o mundo destas pessoas é fechado, muitas quase impenetráveis. Tenho um desejo de tentar entrar no coração de algumas pessoas assim, pois é como achar uma mina de ouro sozinho, se você achar uma mina de ouro já usada, no caso das pessoas, talvez o "dono" até permita um pouco de espaço para mais um entrar (dono: quero dizer uma pessoa que já conseguiu entrar), mas não será a mesma coisa que achar seu próprio tesouro. A diferença desse exemplo é que não somos objetos, também não sabemos se a pessoa permitirá a entrada de alguém, as vezes é inconveniente ou sofreu algo que ela não gostaria de expor, é como uma ferida que foi feita a muito tempo e ela acha feia a atual cicatriz, acha que qualquer um fará o que foi feito da ultima vez, ou também pode ter medo de viver algo parecido com o que já disseram (isso é mais difícil - pois acredito que todos querem viver a sua própria experiência), ou então há aquelas pessoas que aprenderam a não deixar qualquer um entrar em seus corações.

Muitas pessoas dizem o que não queriam dizer, quando dizemos algo que não queremos dizer, ficamos comprometidos com quem está ouvindo e por nem sempre dizemos através de palavras, ficamos comprometidos sem saber, pois a idéia que temos da "fala" é só a fala literalmente falando, mas não são apenas as falas audíveis que dizem o que queremos e sempre que não dizemos algo que gostaríamos de dizer, ficamos comprometidos diante do ouvinte. Se nos interpretarem mal, então ficaremos mal por não conseguir dizer o que queríamos, mas dizer o que queríamos nem sempre é uma tarefa fácil quando você sabe das reações das pessoas. Por isso é preciso parar pra pensar melhor, mas quem quer parar pra pensar com um tanto de trabalho pra fazer? Com um monte de exercícios pra resolver da escola, um monte de papeis pra preencher do serviço e tudo mais. Se preocupar com essas coisas é coisa de psicólogo - É o que costumam pensar até dizer que "depois é só buscar um psicólogo pra ajudar, num fica tão caro" - Se cada um tentar enteder, muitas coisas mudariam na vida e a vida não tem um psicólogo pra dizer pra todos o que deve ser feito, nem todos têem essas vantagens.

Todas as pessoas dizem mesmo que não digam da boca pra fora, aqueles que dizem que é, não é por dizer que será e sim pelas ações que se comprovará, é preciso analizar os fatos delicadamente. Tirar conclusões precipitadas é também se comprometer como alguém que diz o que não gostaria de dizer.