sábado, 20 de setembro de 2014

Experiência Particular


Ola! Meu nome é Elias Jorge e utilizo um apelido que manipulo para designar a minha intenção de vida. Assim como todo ser humano um dia passa por um período de auto reconhecimento, estou passando por uma fase de definição dos meus caminhos na vida e me orgulho muito de estar tendo sucesso com uma personalidade não tão semelhante à maioria das pessoas. Componho algumas canções simples baseadas na política de liberdade, igualdade e fraternidade que me ajudam a interpretar a vida da maneira como ela é. A alcunha que utilizo é Menino Elias pelo motivo de que observo nas crianças uma natureza pura que me fascina. No entanto, não sou mais, de fato, uma criança pelas experiências ao longo da vida (não apenas pela idade), logo me vejo com a necessidade de encontrar respostas para perguntas das quais nem títulos acadêmicos souberam responder, patrões com suas propostas trabalhistas não souberam, meus próprios pais não souberam, líderes religiosos ou líderes em geral não souberam ainda responder a estas perguntas, a única coisa que eles sabem dizer é que quem faz o meu destino sou eu mesmo. Então resolvi sozinho encontrá-las e tenho me saído bem diante destas questões, mas ainda não é o suficiente porque não posso transmitir estas respostas para mais pessoas pois eu não estou satisfeito com as informações que fogem dos padrões céticos da filosofia científica. Por tanto, deixo explícito a minha satisfação para com a própria ciência em relação às respostas, mas deixo também a minha admiração para com as perguntas ainda não respondidas das quais encontro nas filosofias religiosas. Este é o motor propulsor que me ajudará na atitude de silenciar-me diante das pessoas.
                Tenho um motivo real para ficar em silêncio e infelizmente, para quem discorda, não há possibilidades de me fazer mudar de ideia a menos que o próprio Deus criador da vida me diga diretamente que isto não é uma atitude aconselhável. Este texto eu estou criando com a finalidade de deixar explicado em resumo minhas razões para esta ação de silenciar-me diante das diversas situações do dia-dia. Estou programando esta atitude há alguns meses e eu não iniciei ela a partir do exemplo de outras pessoas, ainda não conheci ninguém que tivesse feito isto, mas imagino facilmente que muitas pessoas já devam tê-la praticado com seus motivos particulares. Cheguei a falar muito sobre o termo "Voto de Silêncio", e agora estou deixando claro que o objetivo não é apenas me calar em vão.
                Hão inúmeras razões para esta prática, mas deixarei exposta apenas algumas simplificações. A primeira razão está na prática de ouvir. Reparo que toda vez que escutamos algumas determinadas coisas, não conseguimos nos calar e então abrimos a boca para a oposição, pois bem, a minha necessidade de aprender a ouvir é maior do que a minha necessidade de falar, tendo visto que eu já passei por situações das quais fiquei profundamente constrangido por falar o que não havia necessidade de falar, porém no ato do acontecimento eu não soube interpretar o peso destas palavras, então percebi que há momentos que é melhor ficar calado, mas o problema não está exatamente no erro e sim na interpretação do erro. Errar é humano, no entanto observar o erro é uma prática humanitária. Ver que posso corrigir meus atos para uma finalidade, é uma prática pensada e não apenas emotiva. Controlar as emoções é uma prática racional e a esta ação caracterizei como sendo importante. Na política social, as pessoas agem da mesma maneira. Não é diferente que enxergo os processos de socialização, para entrar no jogo social é necessário participar da pirâmide do status, do contrário suas atitudes não serão consideradas atraentes. A necessidade de impressionar, cativar, conquistar, persuadir, controlar, induzir e outras na mesma bagagem são praticadas por pessoas que buscam o controle social dentro do seu status. O governador procura o seu poder não apenas para o fim da paz social, mas em primeiro lugar para a sua própria felicidade. Como ele poderia ter tal atitude se ele não buscasse a felicidade? Então concluí que o problema da política social é exatamente a falta de comunicação, onde um não se coloca no lugar do outro. Veja o exemplo da mídia até então convencional, há sempre um monólogo e não um diálogo. A nova mídia, tal como a internet, tem sido o veículo de luta entre o diálogo contra o monólogo. Onde o ouvinte pode ser o falante e vice-versa. Entretanto a minha proposta de silenciar é proveniente de algo ainda mais profundo. Não é apenas para a minha própria felicidade, é para que eu possa aprender com os outros a ouvir ao invés de tentar impor meus sentimentos tal como fazem nos monólogos dos políticos (por exemplo). Um ato pensado de valorização à fala. Um outro motivo é exatamente este, a valorização da fala. Quanto menos se fala, mais se pode esperar das palavras quando elas vierem à surgir. Meu interesse não é de conquistar pelas palavras bonitas, mas de transmitir a mensagem necessária quando for necessário, e mesmo que hajam erros, não haverá cobranças pois já é notável que o silêncio destacou a importância de cada pergunta selecionada pelo questionador.
                Outro motivo profundo é o motivo religioso, onde que estes motivos que eu informei anteriormente são mais compreensíveis do que este. Eu ouso dizer que este é o motivo chave que fechou as portas da minha boca para não misturar mais tanta informação. Mas fato é que antes de iniciar este processo de silêncio, irei fazer uma oração a Deus deixando em suas mãos a minha atitude para que ela seja abençoada pela própria natureza de ser. Não estou falando de Deus como se falam os religiosos, estou falando da vida em si, aquela que a própria ciência reconhece e a esta peço liberdade para ser quem eu quero ser diante da minha existência. Visto que a minha função trabalhista não interfere nesta minha prática, pois apenas sou um humilde digitador, não tenho a necessidade de falar demasiadamente em meu trabalho, por tanto isto está ao meu alcance.
                Estou deixando este texto com a gestão da CEAPA, onde presto meus serviços, e também andarei por onde eu for com algumas pequenas tiras de papeis informando o motivo de eu não me comunicar. Haverão três ocasiões especiais que me farão falar durante este tempo de silêncio: para o caso extremo de vida ou morte; não quero ser uma ilha isolada, por tanto preciso estar perto das pessoas mesmo estando em silêncio para ouvir o diálogo entre elas ou até mesmo comigo, por tanto vou enviar informações pela internet convidando para sairmos, irmos ao cinema, ou teatro, ou ir em qualquer passeio por hobbie, mas apenas o convite e a estas pessoas eu já vou deixar este texto para que saibam dos meus motivos; e o terceiro caso é para o caso de cantar alguma música, continuarei cantando algumas canções, mas apenas durante a música. Este voto de silêncio não tem um tempo determinado para terminar, por tanto, a qualquer momento posso voltar a falar, não vou estabelecer um prazo, podem ser poucos dias, podem ser algumas semanas, ou meses, ou pode até mesmo chegar a anos, tudo dependerá das experiências que vou ter durante esse tempo de silêncio. Com certeza um dia no futuro, caso eu esteja com meus filhos e quem sabe algum neto, eu possa contar sobre esta história de vida que me proporcionou uma experiência bastante diferente e que com certeza me alegrou e também me constrangeu dentro de alguns pontos de vista.
                Agradeço a compreensão e principalmente agradeço com antecedência pelo respeito à minha atitude. Recebi muitas críticas negativas e positivas sobre esta atitude, mas a todas elas eu agradeço porque, sendo negativa ou não, todas são construtivas e com certeza tenho refletido sobre todas estas respostas com muita gratidão. Agradeço muito a todos pelo carinho e voltamos a nos falar em breve.

Obrigado.

Menino Elias