sábado, 13 de outubro de 2012

O Menino que Gritava na Rua


SOMOS APENAS  UMA ILHA LIGADA POR UM PLANETA
Menino Elias

É exatamente no momento em que o menino viu que ninguém se importava com seus gritos, mas e sim cada um com as próprias preocupações, é que eles se tornaram perfeitamente aceitáveis por ele mesmo, mas ainda sim, ninguém se importava mais do que ele mesmo.

Foi durante a noite que o pobre menino sentiu vontade de se sentir rico. Ele queria se encher e se deliciar com as farturas dos desejos da sabedoria, mas a sabedoria estava tão distante. É um risco colocarmos nosso coração voltado apenas para nosso desejo, e o pobre menino desiludido foi se enriquecer com seus riscos. Então, o menino teve uma ideia, insana ideia. Ele acordou durante a madrugada com uma ideia tão complexamente imatura quanto madura. Seu fruto de sanidade desabrochou com tanta maturidade num mundo de medrosos, covardes, onde as pessoas gostavam de ser idiotas com medo dos riscos que traz a coragem, onde as pessoas sentem prazer em mostrar seu corpo, a bundinha na tediosa melodia do funk carioca tão moderno no período de 2005 à meados de 2090. Ao menos na imaginação de sua insana criação, ele viu este tempo de duração da idiocracia, onde a democracia se tornou assunto de idiotas feito para imbecis. Então, chegamos a um ponto culminante da história. O pobre menino saiu de sua casa para realizar seu desejo de imaginação. Ele foi até a rua durante a madrugada e resolveu gritar para todos acordarem, e dizia aos berros estas palavras, exatamente desta maneira: - "ACORDEM! ACORDEM! VOCÊS PRECISAM ACORDAR, LIGUEM A TV E VEJAM AOS NOTICIÁRIOS! RÁPIDO, RÁPIDO." O pobre menino gritava extremamente alto para acordar todos nos prédios ao redor dele, no meio da rua, como um louco em fuga do hospício na porta do próprio hospício de onde fugiu. O menino gritava e caminhava, para acordar não só um pequeno grupo, mas a rua inteira por onde passava. Então o menino gritava e não via se as pessoas ascendiam as luzes para ouvi-lo. Ele apenas sabia que gritava, se iam escutar ele não sabia, mas até então ele não se importava com isto, afinal de contas, ele não quis ver esta parte. Então, as pessoas acordavam, mas ele não as via. Ele queria que elas entendessem que elas estavam ligadas ao mundo de tal forma que, o medo do pior, poderia mover elas a um desespero atônito. De fato isto aconteceu, as pessoas acordavam e iam direto para a televisão, para que a fonte de informações, a mídia, pudesse então dar-lhes a informação necessária que tanto lhes atiçavam a curiosidade com receios de perderem algo, talvez no Banco do Brasil, ou da Caixa Econômica Federal ou vai saber qual banco pudesse ter falido, e então suas contas ficarem no vermelho, lhes tirando o direito de viver em sociedade. O medo da anarquia, os saques, a falta de proteção da polícia, sem rendas para pagar os médicos que precisam cuidar dos doentes, medos também da informação de um meteório que irá destruir o planeta, ou outro atentado terrorista em algum lugar importante, talvez uma bomba nuclear caiu e destruiu mais vidas esquecidas, tantos receios, o que poderia estar acontecendo podia estar acordando seus corações diante de um simples chamado de um garoto, pobre menino. Por vezes uns viam a TV, outros ligavam o rádio, mas a maioria ou não acordavam ou então nem se importavam, apesar de acordarem. O menino, tentando se enriquecer com seu gozo de sua genial façanha parou de repente... Oh! O que será que aconteceu? Algo complexo tentou me dizer alguma coisa... Sim! É isso, preciso parar de escrever estas linhas aqui, pois o menino acordou no momento que notou que estava sendo um tolo. Foi quando lhe bateu sono é que se viu falando para o nada e o cansaço lhe surgiu, seu organismo pedia arrego e suplicava por outro emprego. Então o instinto natural pronunciou sua mentira, o seu medo de descobrir a verdade de que nada faria diferença. O instinto natural disse para o pobre menino: "Garotinho, vá para casa, está na hora de criança dormir, você acha que todos não sabem de seus medos? Se não sabem, deixem que eles descobriram sozinhos, sua parte pode ser melhor do que esta, afinal de contas, quem entenderá estas tuas palavras digitadas?? Será que o mundo dela é o seu?

REFLEXÃO - Dedicado à amiga Fran: Fran - me perdoa por falar de mais.

E obrigado por prestigiar minha capacidade e inteligência.
Bjo




SOMOS APENAS  UMA ILHA LIGADA POR UM PLANETA
Menino Elias